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A garota no trem, Paula Hawkins


Todas as manhãs Rachel pega o trem de Ashbury para Londres. O arrastar trepidante pelos trilhos faz parte de sua rotina. O percurso, ela conhece de cor, é um hipnotizante passeio por galpões, caixas d'água, pontes, casebres e aconchegantes casas vitorianas. 

Pela janela do trem, duas casas prendem a atenção de Rachel, sua antiga residência em que ela morava com seu ex marido antes dele a trair, expulsar e levar a amante grávida para viver ali, e a casa de Jason e Jess, que ela considera ser o casal perfeito.


Rachel é uma protagonista difícil, para dizer o mínimo, alcoólatra, desempregada, abandonada e solitária e ela passa quase todo o livro sentindo pena de si mesma e fazendo pouca coisa para sair desta situação.

A tensão da história começa quando Rachel vê do trem Jess (que na verdade chama-se Megan) aos beijos com um homem que não é seu marido. Logo após isso Megan desaparece e Rachel sabe que o que ela viu do trem pode ajudar a desvendar todo o mistério. Infelizmente na noite em que Megan sumiu Rachel estava bêbada demais e não consegue se lembrar de todos os fatos, nem como foi parar em casa suja de sangue e machucada.

Narrado sob três pontos de vista, de Rachel, Megan e Ana (atual esposa de Tom) acredito que a mensagem mais relevante desta história sejam sobre os relacionamentos abusivos. O ritmo do livro ganha força aos poucos, conforme somos conduzidos para um desfecho inesperado mas previsível (pra quem se atentou aos detalhes) que nos releva que as vezes o inimigo está muito próximo e somos dependente emocionais dele. 

A garota no trem vendeu mais de 15 milhões de exemplares e ganhou adaptação pro cinema, embora na minha opinião não tenha trazido toda a essência do livro e nem capturado o ritmo envolvente da trama. 

Ficha técnica:
A Garota no trem
Autora: Paula Hawkins
Editora: Record
15 milhões de exemplares vendidos
Páginas: 377

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