“Caia uma uma chuva torrencial lá fora. Poderia ligar a Tv e assistir a algum seriado idiota, poderia abrir um vinho e pegar algo pra ler, mas estava ali, deitada, olhando pro teto, escutando a chuva bater em sua janela, e aquela solidão invadia seus pensamentos de tal forma que era impossível não chorar. Tantas coisas ficaram mal explicadas, e deixá-las assim parecia a saída mais fácil, mas isso não foi o bastante pra afastar as memórias. Então ela se levantou, tomou um banho quente, e colocou um pouco de água pra ferver, um chá pra acalmar os nervos, e talvez quem sabe o coração.
Devia ter ouvido certos conselhos, mas ela não sabia ser assim, não sabia não se conectar as pessoas emocionalmente. Que dizer, você convive com alguem, abre a sua vida pra ela, vocês fazem planos, convivem com as manias e os defeitos um dos outros e depois cada um pro seu lado, acabou? Vamos fingir que nada aconteceu e pronto? Isso é lógico?
Parece que no mundo real é. Ela não foi feita pro mundo real, é por isso que seu coração anda tão cansado.”
(...)Acho triste saber que esses são os primeiros pensamentos que passam pela cabeça de uma pessoa quando alguém sofre violência. Não deveríamos sentir um desgosto maior pelos agressores do que pelas pessoas que continuam amando ? Ler esse livro até o final foi custoso pra mim. Talvez porque eu tivesse medo do "É assim que acaba" que leria nas páginas finais. Porém devo dizer que esse livro me tocou tão profundamente que fazer uma resenha técnica e apresentar somente o resumo do que li seria impossível pra mim. É assim que acaba conta a história de Lily, uma jovem que nasceu no Maine e teve sua vida marcada pela violência doméstica, vendo seu pai agredir sua mãe sucessivas vezes e esse trauma lhe causaram cicatrizes irremediáveis. Também é uma história de amor tão linda e arrebatadora que atravessa o tempo. Talvez duas histórias, dependendo do seu ponto de vista. Eu acredito que todas as mulheres deveriam ler este livro porque infelizmente em algum mo...
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