Amor ou Ódio?
Ambientado no final do século XVIII inicio do século XIX, O Morro dos Ventos Uivantes narra a história de duas gerações embaladas pela força de um amor doentio e gerador de ódio.
A obra de Emily Bronte, publicada em 1847 sob pseudônimo de Ellis Bell foi recebida com certa desconfiança. A história parecia desenrolar-se em um incômodo universo desprovido dos princípios morais em que o bem e mal se torna difuso e as motivações dos personagens, parece a um só tempo, compreensíveis e atrozes.
O Morro dos Ventos Uivantes, contribuiu muito para uma nova abordagem literária. Não existem heróis ou heroínas, os personagens possuem defeitos essencialmente humanos, acentuados pelo cenário que os cercam. Heathcliff, adotado e trazido para a granja pelo pai de Catherine, sofreu diversos preconceitos na infância. O rapaz desde pequeno se afeiçoa pela sua nova companheira e ambos criam um laço de amor e afeição sólido e inquebrável.
Mesmo com todo o afeto e amor presente em suas vidas as diferenças sociais são gritantes e Heathcliff e Catherine não ficam juntos. Sabemos que Heatcliff está separado de Catherine pouco a pouco, começamos a compreender e temer o que ele se tornou. Suas atitudes odiosas só pioraram ainda mais, assim como a personalidade extremamente egoísta de Catherine, que só fazia aquilo que tinha vontade e não enxergava nada além de si mesma. A narrativa dramatizada e a força da tragédia impulsionam o estranho interesse em saber como tudo vai terminar.
A força do livro está na narração dos acontecimentos e na construção habilidosa e incrivelmente real de cada um dos seus personagens, fazendo merecer o seu posto de clássico atemporal. Rica em detalhes, outra característica do tempo, e que para os mais apressados pode vir a ser maçante, o romance trata dos mais básicos conflitos humanos, desde a busca ao amor até a criação do incontrolável ódio.
Favoritos:
”Se tudo o mais perecesse, e ele ficasse, eu continuaria, mesmo assim, a existir;e, se tudo o mais ficasse e ele fosse aniquilado, o universo se tornaria para mim uma vastidão desconhecida, a que eu não teria a sensação de pertencer.”
"Nelly, eu sou Heathcliff. Ele está sempre, sempre, no meu pensamento. Não por prazer, tal como não sou um prazer para mim própria, mas como parte de mim mesma, como eu própria."
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